O MUP, Movimento por uma Universidade Popular, compreende o projeto de uma universidade inteiramente pública e democrática, feita pela classe trabalhadora, para a classe trabalhadora. Com a produção de conhecimento, ciência e tecnologia voltada aos interesses de classe, se opondo concretamente às estruturas que hoje se apresentam nas universidades do país e do mundo, em que a produção é alinhada aos interesses dos avanços do capital privado, em detrimento à democratização dos saberes.
É um movimento nacional composto por militantes que acreditam no programa da Universidade Popular. Portanto, propõem e disputam ele em universidades de todo o país, contra as cada vez mais agressivas ofensivas do sucateamento dos serviços públicos, esgotamento da administração não terceirizada de recursos, dos conglomerados que se fortalecem constantemente, enfim a expressão do projeto neoliberal na educação. O MUP se apresenta em disputas em espaços deliberativos institucionais, como também em disputa de entidades estudantis e espaços de articulação com os demais setores da universidade, pautando a nossa linha de defesa do caráter popular da universidade que remonta um legado histórico da Reforma Universitária de Córdoba, de 1918. Seus princípios basilares são propostos no Manifesto de Córdoba, onde o programa foi desenvolvido na reforma universitária argentina do século passado, e hoje, é revivido para pensarmos o nosso programa de acordo com as condições que o avanço do capital privado financeiro realizou sobre nossas vidas, e neste caso, sobre nossas instituições educacionais.
Para a construção do projeto universitário proposto, é reconhecida a importância fundamental do tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão; com a garantia do acesso universal à universidade, um ensino verdadeiramente democrático, uma pesquisa que incentive a produção de conhecimento voltada para os interesses da classe majoritária e a extensão garantindo que a universidade não se isole do restante da sociedade, mas tenha seus conhecimentos a serviço dela e receba da mesma maneira as contribuições que ela tem para o conhecimento científico. Desse modo, se compreende que a instituição possa se estruturar enquanto uma parte aliada e presente do restante da sociedade, já partindo do pressuposto estrutural que já existe em nossas universidades, embora não seja plenamente compreendido como um instrumento de classe.
Hoje, o MUP possui uma série de demandas concretas como pontos fundamentais do avanço do projeto pela universidade popular tanto de modo geral, e nesse sentido que abranjam demandas gerais de todo o território nacional, como incorporando demandas específicas locais e como que elas se relacionam com a problemática do avanço do capital privado dentro das instituições educacionais. Dentre elas, podemos citar as medidas relativas à garantia do ingresso mais democrático da população ao espaço universitário de maneira mais justa e igualitária, como por exemplo com a instituição imediata do vestibular indígena. Como também a instituição, sem mais atrasos das cotas trans para todo o território nacional. Para além disso, defende-se dada as especificidades locais a garantia e melhoria das políticas de permanência, que essas não sejam atreladas às condições de produtividade e muito menos financiadas por instituições privadas. De modo que lutamos contra qualquer tipo de avanço do capital privado no ensino superior, como financiamento de pesquisa e mesmo de manutenção do espaço físico, afinal, compreendemos que tais injeções apenas sustentam a condição da universidade enquanto refém do interesse privado.
Assim, o MUP se faz presente nas instituições de ensino superior de todo o país, como já pontuado, elevando pautas locais para uma compreensão de como elas se articulam e se relacionam com as condições conjunturais mais amplas. Como também dando conta das demandas diversas com o sentido propositivo e visando a constante construção do projeto alternativo da Universidade Popular.